Apesar do conceito – Sound Branding – ainda ser novo, a cada ano que passa mais marcas despertam para o impacto do som em seus públicos – e explorado mais seus benefícios. O avanço da inteligência artificial, o aumento de redes sociais e os novos formatos que essas e outras tecnologias permitem já apontam tendências no futuro, e o áudio se apresenta como instrumento central nessas tendências.

O poder do som está exatamente na sua capacidade de provocar emoções, promover conexões e despertar associações no nosso cérebro. Formas que ainda estamos começando a descobrir. Entretanto, sabemos que as marcas já estão obtendo resultados sem precedentes, se comunicando de forma mais afetiva com seus públicos.

Abaixo, listamos 5 tendências futuras do Sound Branding. Um horizonte de possibilidades que despontam para o marketing expandir as relações com as pessoas.

Sound Branding Future

Contato humano – voz

O atendimento humanizado através da voz, seja pelas URAs (unidades de resposta audível) ou pelos avatares de realidade virtual, que por sua vez também se comunicam através da voz, tem se tornado uma chave no relacionamento das empresas com seus públicos. Além de aumentar a velocidade de resposta e de diminuir o ruído com o cliente, este meio também transmite a personalidade e os valores da marca através da voz e do som, mantendo o caráter humano na comunicação.

Uma pesquisa realizada pela agência Allison+Partners apontou que 97% das empresas acreditam que é importante “humanizar a marca”, mas apenas 26% sabem como fazer isso. Os entrevistados percebem e começam a valorizar essa estratégia, pois ela aumenta “o entendimento e a conexão com o público”.

Aqui na Zanna Sound partimos desse princípio e o aplicamos, por exemplo, na criação da URA da Supergasbras. O objetivo do projeto era aproximar os já clientes, dar-lhes um atendimento mais claro, humano e chamar a atenção de novos clientes pelo canal da URA. O objetivo era além de humanizar o atendimento eletrônico, queríamos que as pessoas se sentissem mais confortável e, de fato, ouvidas.

URA Supergasbras

“Tínhamos aversão ao atendimento ‘robótico’, não queríamos esse modelo, mas sim uma voz que traduzisse a nossa marca, o nosso jeito, entendendo que a gente fala com o Brasil todo e que o cliente poderia estar numa situação de insatisfação ou urgência”

disse Renata Perez Sipaúba, gerente de atendimento ao cliente da Supergasbras.

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Inteligência artificial

Enquanto a inteligência artificial já é uma certeza no presente da comunicação, o futuro do Sound Branding tem a voz como instrumento principal nas oportunidades da utilização do som. Desde que a Apple conquistou o mundo com a Siri, sua assistente virtual, o mercado não parou de se expandir com Alexa, Magalu e outras personagens representantes de marcas que nascem todos os dias. O motivo do sucesso desses casos está na tendência que citamos antes: a humanização do atendimento.

Essas atendentes virtuais personificam a marca, a atribuem personalidade e forma humana. Mesmo que ainda haja muitos ajustes a serem feitos no tom verbal e na voz, elas conseguem se aproximar do público com seu avatar, cada vez mais humanizada. Ela reage a piadas, sugerem músicas e tentam estabelecer uma conversa com as pessoas. Esse formato ainda vai se aprimorar muito, à medida que as tecnologias, os dados e algoritmos forem avançando. Mas é fato que a demanda por contato real se vai se tornar mais indispensável.

Experiências multissensoriais

Não mais limitadas aos estímulos visuais, experiências imersivas e multissensoriais têm se apoiado principalmente no som, em ferramentas como o áudio 3D ou áudio tridimensional para expandir a experiência nos games, filmes, séries e conteúdos das marcas. Imagine entrar em uma loja física ou virtual onde você vira o centro da cena sonora? Tudo isso conectado à experiência que a marca deseja proporcionar através de seus atributos e sua personalidade.

E o Multiverso? Partindo da coletagem de dados sobre as preferências do público, as marcas têm se aprofundado nesse espaço virtual para criar experiências sob medida onde é possível customizar individualmente a oferta. Segundo um artigo da Adweek, “o Audio Branding personalizado está pensado para o futuro”.

Parcerias artísticas e músicas originais

Artistas da música há décadas são convidados pelas marcas a participarem de suas campanhas. Músicas e jingles são rearranjados, músicas originais e logotipos sonoros são criados sob medida. Aqui um exemplo do McDonald’s. Esse formato parece funcionar sempre e segue se reinventando. As pessoas gostam e precisam de música. Simples assim. Trás mais reconhecimento para a marca.

Um levantamento feito pela SoundOut analisou a resposta do público ao ouvir os logotipos sonoros de diferentes empresas. Dentre os 20 exemplos mais reconhecidos pelos entrevistados, 18 incluíam o nome da marca falado ou cantado. “Melodias agradáveis e simples são mais prováveis de criarem conexão com as pessoas. Assim como a música pop”, diz o estudo.

Ainda agora, em outubro de 2023, Christina Aguilera e Latto uniram ópera, pop e rap para um comercial da Just Eat, um serviço de delivery de comida que usou dois nomes conhecidos do público para expandir o reconhecimento da marca nos Estados Unidos. Assista abaixo.

Esse modelo traz benefícios para a marca e para o artista. Mas, um dos problemas é o risco de a mensagem da marca não ser devidamente absorvida pelo público e o artista ser mais lembrado do que o produto e serviço divulgado.

“Isso é especialmente problemático porque a maioria do público não presta muita atenção quando uma propaganda está passando – e pode apenas ‘ouvir’ o artista (e não a marca) enquanto seus olhos focam em outro lugar”, explicou Florent Adam da agência Sixième Son.

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Viralização, redes sociais e TikTok

A mesma pesquisa da SoundOut apontou que marcas, novas ou já estabelecidas no mercado, têm dificuldades em se conectar com a Geração Z. Dentre as 50 empresas que mais cresceram em público no último ano, apenas 6% dos novos clientes que elas atingiram tinham menos de 25 anos.

O público dessa faixa etária não consome o mesmo tipo de mídia que as outras e não está presente nos mesmos lugares. “Para chamar sua atenção, é preciso estar no TikTok. O poder da música pode elevar sua marca a um nível de exposição no TikTok muito além do alcançável com quase qualquer outra seleção musical”, conclui o estudo.

Sinceramente, entendo que o futuro não será apenas sobre público-alvo e muito menos atingir com precisão os consumidores. Essa prática se refere a um mundo velho que vê os públicos como produtos, objetos a serem consumidos pelas mídias. A premissa da nova humanidade tem no som como um valor inestimável na construção de paisagens sonoras que nos aportem felicidade. Num mundo assolado pelos extremos, guerras e pela bipolarização, o único caminho possível é o afeto que a música proporciona, ela aporta proximidade, humanidade e, mais que tudo, a verdade.

Um exemplo prático é o Sound Branding do MetrôRio, o projeto que criamos para tocar nos trens, plataformas de embarque e em todos os pontos de contato com o público se tornou não só um sinônimo da empresa, mas também a marca da cidade do Rio de Janeiro.

Tanto cariocas quanto turistas associam o som do MetrôRio à cidade. O projeto criou uma conexão emocional com o público, que usa “a musiquinha do metrô” em vídeos dos mais diferentes nichos e com os mais diversos propósitos no TikTok.

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Quer saber qual sobre essas tendências do Sound Branding, da comunicação e do marketing? Saber como aplicar melhor aos negócios ou à sua marca? Como elas podem ajudar a potencializar a conexão com as pessoas e nos resultados? Fala com a gente aqui!

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