⁠Nike e Colin Kaepernick: "Just Do It"

Em 2018, a Nike tomou um posicionamento tão polêmico quanto eficaz quando escolheu o jogador de futebol americano Colin Kaepernick para estrelar sua histórica campanha “Just do It”. O risco era grande, uma vez que o atleta foi igualmente criticado e aplaudido quando se ajoelhou durante a execução do hino nacional dos EUA para protestar contra a violência policial e o racismo.

No fim, o risco valeu a pena: as vendas da empresa aumentaram e a campanha foi vista como um exemplo de coragem no marketing. Assim, a Nike passou a ser vista como uma marca comprometida com a justiça social, ganhando lealdade entre consumidores que valorizam a postura política.

Ben & Jerry's: contra o racismo

Também motivada pela violência policial e o racismo da polícia dos EUA em 2019, a Ben & Jerry’s decidiu tornar público e de forma impositiva o seu posicionamento de repúdio contra a Supremacia Branca. A campanha Silence Is Not An Option (“Silêncio não é uma opção”) existe até hoje, tem se desdobrado nos últimos anos em outros desdobramentos, como a conscientização da população preta sobre a importância do voto, e causou um efeito positivo na marca, que viu o aumento do seu engajamento nas redes sociais e fortaleceu sua imagem de “progressista” entre os consumidores.

Gillette: "The Best a Man Can Get" e a masculinidade tóxica

Em 2019, a Gillette lançou sua campanha “The Best a Man Can Get” (“O melhor que um homem pode ser”), que discutia questões de masculinidade tóxica e promovia reflexões sobre uma postura e consciência mais saudáveis do público masculino, incentivando os homens a serem melhores, mais respeitosos, responsáveis e menos preconceituosos.

Embora tenha gerado controvérsia e repelido uma pequena parte do público, a campanha ajudou a Gillette a iniciar um debate sobre masculinidade e a atrair um novo perfil de consumidores, principalmente entre as novas gerações, que valorizam as questões sociais e um approach menos arcaico sobre os papéis de gênero.

Coca-Cola: "Love Is Love" em apoio à comunidade LGBTQIA+

Em várias campanhas ao longo dos anos, a Coca-Cola tem se posicionado como uma marca pioneira na defesa da diversidade e da inclusão. Um exemplo marcante foi a campanha “Love Is Love”, lançada em apoio à comunidade LGBT+, ainda em 2015, quando o casamento homoafetivo foi legalizado nos EUA.

Apesar da polarização social em torno da comunidade LGBT+, especialmente nos EUA, a Coca-Cola conseguiu aumentar o engajamento com seu público-alvo, formado por jovens e progressistas, no geral, todos dispostos a valorizar a inclusão e lutar pelos direitos humanos.