Eu pesquiso e faço projetos que conectam sons e pessoas há anos. Imaginava e aprendi que o som pode transformar a sociedade. Este tem sido o meu propósito. Nesse tempo todo, tive muitas das possibilidades infinitas que o som nos proporciona. O som cria e está em tudo o que existe. É a chave que dá acesso a mundos desconhecidos.

Nosso inconsciente, por exemplo, é um desses universos que mal conhecemos e que ainda precisamos desvendar. Pesquisadores dizem que não acessamos nem 3% do nosso cérebro. Se com esse acesso tão tímido conseguimos imaginar obras, compor músicas, textos, filmes e criamos realidades fantásticas, imagine quanta informação estaríamos mobilizando se conseguíssemos multiplicar isso, sei lá, por três? Os sons ajudam-nos a entrar em contato com esse mundo interno imenso e desconhecido, com a nossa ancestralidade, com leis e forças do Universo que a ciência ainda irá definir.

A última teoria da física afirma que a partícula mais ínfima que está contida no átomo são as cordas, as frequências, as notas musicais. Somos música e poesia feitas de matéria. E tenho dito e reafirmado isso.

A origem da palavra poesia está no grego “poiesis” que significa criar ou fazer. Ação de fazer alguma coisa. A criação acontece através do verbo, do som da palavra (e Deus disse “Então fez-se a luz”). Somos seres poéticos, capazes de criar. O Universo é uma grande poesia. A criação é um poema. E a poesia transita nos mesmos códigos da música.

Eu aprendi que o desejo verbalizado materializa a realidade. Eu, você, todos podem criar música mesmo sem saber e assim dar forma e realizar os potenciais da nossa alma. Não há música boa ou ruim. Tem música para tipos de pessoas e tarefas diferentes. O mesmo acontece com o som da nossa voz e dos verbos que escolhemos usar. A palavra é som, é criação. Precisamos nos tornar proprietários do que dizemos, pois, esses cantos, essas palavras povoam nosso mundo de dentro e de fora e compõem a sinfonia da nossa vida.

Experimenta!