Como as marcas têm personalizado o Sound UX na era das Assistentes de Voz?
Você já usou a Alexa? Ou recebeu direções de um “mapa que fala”? Já ditou uma pesquisa, mensagem ou função para o seu celular? A popularidade das Assistentes de Voz tem aumentado cada vez mais, assim como a sua presença na vida das pessoas. Mas como as marcas e empresas têm usado essa funcionalidade para se destacar entre os diferentes públicos?
“A voz é espelho da alma”, explica Zanna. E, sem dúvidas, ela é também o instrumento que usamos para nos expressarmos. Por isso, a voz é usada nos mais diferentes tipos de comunicação. No Sound UX (experiência de som do usuário), ela nos dá a oportunidade de criar conexões, chamar a atenção e aumentar o reconhecimento da marca entre diferentes públicos, de uma forma única, memorável e humanizada.
Como parte do Sound UX, a Interface de Voz do Usuário (ou VUI – Voice User Interface) é criada e desenvolvida para explorar os pontos de contato com o público usando a voz como o método principal da interação. Nesse contexto, as VUIs promovem uma integração com o público através da linguagem usada pelas assistentes de voz em diferentes dispositivos.
As Assistentes de Voz mais populares
A mais conhecida das assistentes de voz é provavelmente a Siri, criada pela Apple e a primeira ferramenta de VUI a ser distribuída globalmente nos smartphones de uma grande empresa de tecnologia. Lançada com o iPhone 4, em 2011, ela rapidamente caiu nas graças do público pela forma como reconhecia a voz dos usuários e contextualizava seus comandos e informações.
Para criar uma Siri que funcionasse, a Apple teve que incluir informações básicas do seu público-alvo, como nome, idade, motivações, necessidades, buscas etc., e considerar outros fatores como os ruídos externos, proximidade do microfone, privacidade e tudo que fizesse a assistente de voz não só funcional, como também útil e agradável.
Mas apesar de todas as funcionalidades e praticidades, que foram melhorando à medida em que o machine learning dos dispositivos se desenvolvia, o que fez a Siri conquistar o público de cara foi a sua persona. De repente, aquela mulher dentro do celular contava piadas, te dava a previsão do tempo, lembrava os compromissos do seu calendário e te recomendava músicas.
Ela passou a entender a prosódia, os sotaques, as diferentes pronúncias e gírias regionais, para que pudesse soar de forma cada vez mais natural e construir uma personalidade própria. Hoje, é possível encontrar assistentes de voz que repetem as instruções com a mesma voz do usuário, seu jeito de falar e com respostas customizadas que transformam a interação em uma experiência mais pessoal e humanizada.
"Porém, há algo além de um timbre bonito, de um texto claro e bem humorado e de um algoritmo esperto e bem treinado. Sim, é a pessoa por trás da voz e sua capacidade de emanar afetos. Esse é, sem dúvida, o elemento mais definitivo para que se crie conexão de fato com a audiência."
Como personalizar uma assistente de voz?
Criada em 2013, a Alexa foi distribuída pela Amazon como parte dos dispositivos Echo no ano seguinte. Dois anos depois, foi a vez do Google de lançar a sua própria assistente de voz, batizada simplesmente como Google Assistente. A diferença de impacto e identificação entre os dois serviços, entretanto, já começa no nome.
A Alexa parece ser mais próxima do público que o Google Assistente, principalmente porque ela é considerada mais “humana”, ainda que todos saibam que é apenas uma assistente de voz. Não à toa, a ferramenta da Amazon tem mais market share e se tornou também uma plataforma para anúncios de voz.
Com a mesma percepção de que esse é um mercado publicitário em expansão, a Apple passou a monetizar a Siri dois anos atrás, com o lançamento do “Voice Plan”. Nele, os usuários que acessarem a Apple Music exclusivamente pelo comando de voz da Siri pagam apenas metade do preço de uma assinatura básica.
Além do atrativo financeiro, a empresa conseguiu em uma só estratégia aumentar o uso da sua assistente, personalizar a experiência com playlists e indicações customizadas e otimizar os serviços por comando de voz. Em um comunicado à imprensa, a Apple frisou que essa estratégia deixaria o seu streaming “acessível para ainda mais pessoas no mundo”.
No início do ano, a Mercedes Benz pegou carona nessa tendência e anunciou a criação da MBUX Virtual Assistant, uma assistente de voz criada por inteligência artificial e disponível em 4 “perfis emocionais”: natural, previsível, pessoal e empática. “Isso vai aumentar e complementar as vidas dos nossos clientes – dentro dos carros e em outras áreas também”, disse Markus Schäfer, chefe de tecnologia na empresa alemã.
Um exemplo bem popular é o que a Waze, um dos aplicativos de navegação por GPS mais usados por aqui, fez no Brasil. Nos últimos anos, a empresa tem oferecido a opção de customizar sua assistente de voz com estrelas que vão de Neymar a Pabllo Vittar. A oferta de uma experiência personalizada para diferentes públicos, que usa a voz, os bordões e o jeito de falar dos seus ídolos, resultou em um engajamento orgânico com a marca, rendendo uma série de virais nas redes sociais.
Como mostramos, as assistentes de voz podem servir propósitos diferentes, mas sempre oferecem uma forte identidade pessoal à marca ou à empresa que a criou. Mais ainda, elas podem provocar um engajamento espontâneo com o público, que passa a associá-las a momentos e memórias marcantes.
Ficou com vontade de saber mais sobre o poder que a voz tem na experiência do usuário e como explorar isso a seu favor? Manda uma mensagem pra gente!
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