Nós já falamos aqui no Blog da Zanna como o Sound Branding é fundamental para a marca, empresa ou negócio, e como a assinatura sonora ou logotipo sonoro desempenham funções essenciais na construção da sua identidade. Mas, para além dos exemplos positivos, quais os erros mais comuns na hora de criá-los?

O som não passa desapercebido. Você pode escolher não olhar, mas necessariamente irá ouvi-lo. Além disso, ele sempre conta uma história e provoca emoções, e às vezes são indesejadas. Há maneiras menos indicadas de usar o som, como na forma de aplicá-lo; usando frequências que incomodam; ou ainda copiando sons que já foram amplamente usados por outras marcas.

Assinatura Sonora

Veja os erros mais comuns de marcas e empresas ao criarem suas assinaturas sonoras:

Falta de originalidade na assinatura sonora

O que torna a assinatura sonora marcante é o ineditismo na sua criação. Porém, é muito comum o cliente chegar com essa demanda: “Pode criar um som tipo bongo da Intel?”. Ou ainda: “Pode fazer um som para a minha marca como o ‘TUDUM’ da Netflix?”.

A assinatura sonora da LG é um dos muitos casos onde a marca escolheu se inspirar na sonoridade do “Bongo” da Intel, a primeira marca a criar um logotipo sonoro de forte projeção. Ela usa o mesmo timbre na melodia e o mesmo tipo de som na base, com uma pegada mais tecnológica. O mesmo aconteceu com a Samsung.

O problema de se repetir a estética sonora de uma gigante é que cria-se mais awareness e reconhecimento à marca copiada do que para a própria empresa. Ou, ainda, é possível que aos ouvidos dos públicos seu som vire paisagem, passe desapercebido.

Falta de consistência na aplicação

Outro problema comum na criação da assinatura sonora é a falta de consistência na aplicação do som nas campanhas e acaba sendo engavetado. Mesmo que o projeto de Sound Branding tenha sido cuidadosamente criado com base nos atributos de personalidade da marca.

Na maioria das vezes, isso ocorre por causa da falta de visão e despreparo do corpo de executivos responsáveis pela empresa, que estão em processo de entender o quão poderoso é o som. Os profissionais da área de branding, aqueles que são os mais indicados para defenderem os interesses da marca, muitas vezes travam batalhas incansáveis para que se mantenha a presença da assinatura sonora na comunicação da marca.

Porém, com a dança das cadeiras e a troca constante dos executivos de marketing, o Sound Branding acaba sendo esquecido ou engolido pelos interesses das áreas de comunicação e publicidade, que visam o retorno a curto prazo, e tem pouco foco na construção do reconhecimento de marca a longo prazo.

Um caso icônico no Brasil é a Vivo, que fizemos aqui na Zanna Sound. O logotipo sonoro mais cantado, em coro, por todo o Brasil, caiu em desuso ao longo do tempo e aparece apenas isolado em algumas campanhas.

Você já observou uma marca trocando constantemente seu logotipo visual? Se sim, lembra o que aconteceu com ela? Um exemplo que vem à cabeça é o da Pepsi-cola. Houve três problemas: 1. Tinha cola no nome; 2. Tem a grafia bem desenhada com a mesma proposta de curvas da Coca-cola, sua concorrente direta (como dissemos antes, a cópia reforça a marca copiada); 3. Ela continuou mudando seu desenho ao longo das décadas.

O resultado é que a gigante Pepsi-cola, apesar de todo o potencial para fazer frente e dividir o mercado com a Coca-Cola, desapareceu. Foi engolida pela inteligência de marca da sua maior concorrente, que por sinal nunca mudou sua identidade visual. Por que será que é uma das marcas mais reconhecidas do planeta?

Essa mesma dinâmica acontece com o som. Podemos citar a Microsoft, por exemplo. Ela contratou o Brian Eno para compor 88 vinhetas que deveriam acompanhar as mudanças dos seus sistemas operacionais. Ao mesmo tempo, a marca mais amada do mundo, a Apple, tem o mesmo acorde, tocado por um engenheiro, desde os anos 1970.

A pergunta que não cala: qual é a marca mais reconhecida?
A resposta é óbvia.

A mudança constante do som da assinatura sonora resulta no seu não reconhecimento. Assim como a Pepsi-cola foi mudando radicalmente seu logotipo visual e desapareceu, como a Microsoft foi mudando seu som e tem muito menos reconhecimento do que a Apple, a Hyundai tem várias versões da sua assinatura sonora e o resultado é uma marca sônica pouco expressiva e nada reconhecida.

Quando uma assinatura sonora funciona?

Uma pesquisa realizada pelo escritório Man Made Music testou a assinatura sonora de 16 marcas e chegou a duas conclusões:

1) Que o logotipo visual é um importante gatilho para memórias. É o logotipo sonoro o principal responsável por provocar emoção e significado para a marca;

2) Que essas emoções e significados dependem do contexto.

O levantamento foi feito logo após a pandemia do coronavírus, mas os resultados geraram descobertas cuja importância permanece até hoje. Em um contexto onde o mundo passava coletivamente por um isolamento social e uma onda massiva de notícias negativas, o exagero, a repetição e a falta de conexão com o momento desagradava os diferentes públicos.

Assinatura Sonora

Uma assinatura sonora forte deve ter cinco elementos fundamentais:

Melodia: É preciso ter uma melodia marcante, com impacto afetivo a depender do segmento da marca;

Nitidez: É muito importante que a informação seja clara, definida e nítida. Superposição de elementos sonoros não são bem-vindos;

Originalidade: É primordial que seu som não copie o de nenhuma marca já existente e sim, busque seu som próprio com base nos seus atributos da personalidade;

Coerência: Assim como as marcas não mudam seu desenho e sua tipografia radicalmente, é fundamental que o logotipo sonoro (ou assinatura sonora) se mantenha o mesmo ao longo da sua existência, sem mudar o timbre;

Consistência: Sim, a assinatura sonora precisa ser aplicada consistentemente em todas as mídias audiovisuais utilizadas pela empresa, sempre conectada ao logotipo visual.

"A conquista dos ouvidos da audiência acontece aos poucos, de acordo com a quantidade de vezes que seus públicos têm a oportunidade de ouvi-la. Cada marca é um organismo vivo, com seus atributos e propósitos únicos, por isso precisa encontrar sua essência em um som original que a represente"

Zanna

Um bom exemplo recente de assinatura sonora que funciona e segue todos os princípios citados acima é o “TUDUM”, da Netflix. Ela definitivamente tem um som fácil de decorar e marcante, é clara, é original, não copia nenhuma outra, usa sempre o mesmo timbre e, por se tratar de uma mídia, é largamente aplicada e se faz ouvir constantemente pela sua audiência.

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Qual a contribuição da Assinatura Sonora para tornar uma marca reconhecida?